sábado, 20 de janeiro de 2007

Vão para fora cá dentro

A tinta ainda não está completamente seca, mas tudo indica tratar-se de um manual indispensável para o tratamento de actos políticos de toda a ordem. Quer se trate de telejornais, da imprensa escrita ou lida em voz alta, "live" ou de conserva, tudo isto ficaria incompleto se se ficasse sómente com essa verdade única.

Por isso, e por muitas outras coisas que a sua longa experiência de vida "favoreceu", oferece-nos aqui o poeta Ilídio Fortunato esta valiosa ferramenta para utilizar no dia-a-dia. Aceitai o desafio. Informai-vos. O caminho é fácil se quizerdes saber mais sobre esta obra. Creio não necessitar acrescentar mais.

Deixo-vos aqui uma pequena prova daquilo, que nem só o nosso dignissimo Primeiro Ministro saberá apreciar, se não tiver logo uma dor de estômago - bem merecida.

O Percurso

Numa certa madrugada
um “burro” sai do curral.
Em cima lhe cai a albarda
e em cima desta uma carga,
carga fora do normal

Vários produtos compunham
esta carga especial.
Do lado esquerdo, o volume
era um volume anormal.
A carga se descompôs
com o andar do “animal”.

Ia muita carga à esquerda
cujo peso era ilusão
e com o andar do “burrinho”
e ainda a falta de ração.
Logo a carga da direita
começa a puxar o “burrinho”
sempre nessa direcção

Já três décadas passaram
e ainda hoje o “burrinho”
vira p‘rá esquerda o focinho
pois sabe que é lá que está
a fava, e não o cofinho

E o “burro” lá vai andando
com a tromba rente ao chão,
de quando em vez tropeçando,
sentindo que o estão carregando
com a carga da ilusão

21/11/05